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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Globo 10/06 - - 'Funhanhada' de Dilma repercute na rede

Regionalismo da pré-candidata em rádio gera reações bem-humoradas e críticas
Leila Suwwan

SÃO PAULO. Conhecida pelo tom professoral e técnico, a ex-ministra Dilma Rousseff foi um sucesso de audiência anteontem no Vale do Paraíba (SP) ao arriscar no improviso seu primeiro “quase palavrão” na pré-campanha: disse que o país “tava funhanhado” quando o PT assumiu o governo em 2003. A repercussão foi imediata. A entrevista transmitida pela emissora “Planeta Diário” mostrou que, em plena era das redes sociais, como Twitter, Facebook e Orkut, uma rádio popular também pode mobilizar grande audiência. A rádio recebeu mais de três mil e-mails e o telefone não parou de tocar.

No Twitter, rede de microblogs, o termo gerou críticas, elogios e, sobretudo, dúvidas sobre seu significado — a palavra não existe no dicionário.

— Funhanhado, em bom português, é fodido. Vem de uma época em que falar “puxa-saco” no rádio era um crime. Então, funhanhado era eufemismo para não dizer a palavra verdadeira. É como escrever: “ele está fu...”, com três pontinhos — explicou o locutor Antonio Leite, que entrevistou Dilma e corrigiu a expressão, que chegou a ser disseminada como “afunhanhar”.

Ele diz usar o termo desde a década de 60 e que o sentido não é literal: — A gente usa para dizer que está encrencado, quando tem dívida no banco ou quando a mulher te larga por outro.

Estimulada pelo locutor, Dilma inovou, aproximando-se do estilo Lula de discursar, ao emendar uma série de gírias espontâneas regionais: “treme-treme, tremelento, tremilicando”. Segundo ele, Dilma não sabia o sentido de “funhanhar”, palavra sugerida por ele para substituir a primeira escolha dela, mais erudita: “periclitante”.

— Foi a hora mais divertida, foi o improviso. Ela quase caiu da cadeira de rir e se soltou. Tinha 20 pessoas na sala e todo mundo ficou mais alegre — disse Leite, que afirma ter rejeitado a sugestão de perguntas trazida pela assessoria da petista. — Eu não segui o script. Nunca sigo.

Dilma tinha razões para estar bemhumorada anteontem na viagem a São José dos Campos. Além do empate técnico com o adversário na pesquisa Ibope mais recente, celebrou o crescimento recorde do PIB no trimestre e se divertiu ao resgatar expressões mineiras, como o “cara de ué” (cara de bobo). Ao fim de uma entrevista coletiva, não se irritou com perguntas sobre o suposto dossiê e soltou um: “Até a próxima, meninos.” Internautas se divertiram com o termo inusitado e inauguraram o novo dicionário “dilmês”. Mas críticos consideraram a linguagem imprópria.

— Agora eu acho que ela vai usar o “funhanha

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