Esse é um blog de Clipping de Miguel do Rosário, cujo blog oficial é o Óleo do Diabo.

sábado, 12 de junho de 2010

Folha 12/06 - - Ahmadinejad descarta romper com a AIEA e corteja Pequim

Em visita à China, iraniano louva boa relação apesar de sanção

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse ontem que a decisão da China de apoiar novas sanções contra Teerã não afetará as relações bilaterais e descartou rompimento com a AIEA -agência atômica da ONU.
Em visita à Expo Xangai, Ahmadinejad garantiu que o Irã "tem boa relação com a China, e não há razão para enfraquecê-la". "Nosso principal problema são os EUA. Não temos nenhum problema com os outros", disse.
Historicamente resistente à aplicação de política linha-dura contra Teerã, a China -assim como a Rússia- cedeu às pressões dos EUA e aliados e votou a favor das sanções no Conselho de Segurança da ONU na quarta, mas não sem antes obter garantias a seus negócios.
O comércio entre Teerã e Pequim chegou em 2009 a quase US$ 40 bilhões. E a China compra do Irã -grande produtor de petróleo- o equivalente a 11% dos recursos necessários para a produção da energia que sustenta seu acelerado crescimento.
Anteontem, o embaixador iraniano na AIEA, Ali Soltanieh, havia criticado a China, se dizendo "perplexo" pelo "comportamento de duas faces", que "prejudicará os laços no mundo muçulmano".
Na visita de Ahmadinejad, porém, não estavam previstos encontros com nenhuma autoridade chinesa. E, apesar de contemporizar com Pequim, Ahmadinejad criticou indiretamente o país aliado ao dizer que as potências atômicas tentam monopolizar a tecnologia nuclear.

AIEA
O presidente iraniano descartou também suspender a cooperação do país com a AIEA, indo na contramão do que um líder parlamentar havia sinalizado na véspera.
"Não há razão para [os inspetores] deixarem o Irã. Não temos problemas com nosso programa nuclear pacífico."
Anteontem, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional do Parlamento, Alaeddin Boroujerdi, convocara para amanhã sessão para "aprovar leis" revendo laços com a agência -embora suas posições não necessariamente reflitam aquelas do governo.
Ahmadinejad garantiu, no entanto, que Teerã seguirá enriquecendo urânio, contrariando desejo dos EUA e aliados, que acusam o país de desenvolver a bomba atômica -o que o regime nega.
O iraniano voltou ainda a qualificar as sanções de "pedaço de papel inútil" e "um grande erro" americano e a fazer dura crítica aos EUA.
Para o iraniano, os EUA são governados por "sionistas" que apoiam Israel, "um país condenado", e não são contra as bombas atômicas porque "têm no Oriente Médio um [aliado] com bomba".

BRASIL
Ahmadinejad voltou também a elogiar o Brasil e a Turquia -dois únicos membros do Conselho de Segurança que votaram contra as novas sanções na última quarta-, afirmando que as suas posições "sinalizam nova frente de países independentes".

Nenhum comentário:

Arquivo