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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Folha 10/06 - - "Copa" política começa hoje, e rivais terão de abrir o jogo

Assim como no Mundial de futebol, definições eleitorais iniciam-se antes

Serra tem que definir o nome que comporá, como vice, sua chapa; e Lula poderá entrar em campo com mais desenvoltura para fazer campanha para Dilma

LUIZ GUILHERME PIVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

As normas eleitorais (lei nº 9.504/97 e resoluções do TSE) autorizam a partir de hoje as convenções partidárias para definir coligações e candidatos. Elas ocorrem até 30 de junho, e até 5 de julho os partidos devem pedir registro das candidaturas. PV, PMDB, PSDB e PT farão convenções de hoje a domingo.
O período é coincidente com o da Copa. Há quem ache que em futebol tudo é possível e que antes da Copa as seleções têm chances iguais. Também há quem pense que só agora a campanha eleitoral principia.
Não é bem assim. A Copa de 2010 teve início tão logo terminou a de 2006, com a formação das seleções e as eliminatórias. Além disso, num enfoque, digamos, estruturalista, apesar do imponderável, em todas as finais das 18 Copas já realizadas ao menos uma de quatro seleções jogou : Alemanha, Brasil, Argentina ou Itália.
A eleição brasileira de 2010 tampouco começa hoje. Começou quando findou a de 2006. A consolidação de José Serra e a construção de Dilma Roussef têm relação com os processos econômicos e políticos destes quatro anos (estruturalistas recuariam até 1994, quando o PT e o PSDB debutaram em finais).
Mas, com a homologação das candidaturas, aspectos importantes mudarão na disputa eleitoral: Serra tem que definir o nome que comporá, como vice, sua chapa; e Lula poderá entrar em campo com desenvoltura para fazer campanha para Dilma.
Serra não conseguiu atrair Aécio Neves para vice. Terá agora que extrair um nome capaz de gerar apoios e obter avanços eleitorais, sobretudo em regiões, como o Nordeste e Minas Gerais, nas quais tem índices menores nas pesquisas. Se for bem sucedido, poderá manter o jogo equilibrado mais tempo do que o PT prevê.
Dilma cresce à medida em que é identificada como o presidente. Na pré-campanha, Lula indicou sua preferência, mas tomou uns cartões amarelos e recuou. Agora exporá sua vinculação. Isso poderá agravar o problema tático de Serra: atacar ou ficar tocando a bola.

LUIZ GUILHERME PIVA é diretor da LCA Consultores

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