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sábado, 14 de agosto de 2010

Folha 14/08 - - Fernando Rodrigues: Três pontos

BRASÍLIA - As pesquisas Datafolha publicadas hoje confirmam as tendências desenhadas ao longo do primeiro semestre. A força de Lula impulsiona Dilma Rousseff cada vez mais. Nos governais estaduais, quem está no poder (com as exceções de praxe) tem chance real de ficar onde está -seja o PT na Bahia ou o PSDB em São Paulo.
A dúvida a partir de agora passa a ser o efeito da propaganda eleitoral sobre as campanhas. O político em desvantagem sempre fala em virada com a temporada de 45 dias de comerciais em rádio e TV, a partir de terça-feira que vem.
Viradas pós-TV existem, mas são pontos fora da curva e não uma regra certeira. Nas últimas eleições presidenciais, quem saiu na frente no início do horário eleitoral não perdeu mais. A dúvida é sempre se haverá um segundo turno (como em 2002 e 2006, com Lula) ou se as coisas se resolvem no primeiro turno (casos de 1994 e 1998, com Fernando Henrique Cardoso).
Hoje, segundo o Datafolha, Dilma Rousseff (PT) está com 41% contra 33% de José Serra (PSDB). Mais do que os oito pontos de vantagem, a petista ganha do tucano em quase todos os estratos socioeconômicos mais numerosos.
Parece estar se consumando a profecia do PT segundo a qual a vitória de Dilma viria quando os eleitores a identificassem mais como candidata de Lula. Por enquanto, toda vez que a imagem de Dilma mais se cola à de Lula, ela sobe nas pesquisas de opinião.
Se a eleição fosse hoje, Dilma precisaria de mais três pontos percentuais para tentar uma vitória no primeiro turno. Quem impede esse cenário é Marina Silva (PV) com seus estáveis 10%. Os candidatos pequenos continuam sendo só uma promessa, pois não pontuam. Plínio Sampaio (PSOL) foi até agora um sucesso na internet, mas não transbordou para a vida real.
Tudo considerado, há uma tendência na praça. Dilma está em alta. Serra está em baixa.

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