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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Datafolha: Petista fica a três pontos de uma vitória no primeiro turno

Pesquisa Datafolha realizada entre os dias 9 e 12 de agosto mostra que a intensificação da cobertura das eleições pela mídia, com debates e entrevistas em meios de comunicação de massa, movimentou o cenário da disputa eleitoral para a presidência da República, que vinha estável desde maio. A candidata do PT, Dilma Rousseff, cresceu cinco pontos percentuais nos últimos 20 dias e assume agora, pela primeira vez, a liderança isolada da corrida presidencial.

A ex-ministra tem 41% das intenções de voto contra 33% do tucano José Serra (PSDB). No levantamento anterior, feito entre 20 e 23 de julho, Dilma obtinha 36% e Serra 37%. Marina Silva (PV) mantém 10% das menções. Os outros candidatos não alcançam 1%, cada. No total, 9% mostram-se indecisos e 5% pretendem votar em branco ou anular o voto.

Excluindo-se os indecisos e os entrevistados que pretendem votar em branco ou anular o voto, considerando-se apenas os votos válidos, a petista alcança 47% e fica, neste momento, a três pontos percentuais de uma possível vitória no primeiro turno.

A exposição na cobertura nacional de veículos de comunicação fez com que Dilma crescesse de forma homogênea em todos os segmentos sociais, mas é entre os habitantes do Nordeste que se verifica a maior taxa de evolução nestes últimos 20 dias. Na região, ela ganhou oito pontos percentuais, quase o dobro da média nacional.

Dos estados com amostra expandida e que possuem base para leitura estatística segura, nota-se que a petista melhorou seu desempenho principalmente em Pernambuco (de 46% passou a 55%) e na Bahia (de 43% chegou a 48%).

Por outro lado, José Serra, que no total da amostra caiu quatro pontos percentuais, apresenta quedas mais expressivas entre os que têm nível médio de escolaridade (cinco pontos), entre os que moram em Pernambuco (nove pontos), no Rio de Janeiro e na Bahia (seis pontos em cada).

Na intenção de voto espontânea, a ex-ministra também subiu. Antes de serem expostos aos nomes dos candidatos em um cartão circular, 26% dos eleitores ouvidos pelo Datafolha afirmam espontaneamente que votarão em Dilma Roussef para presidente da República. No final de julho, essa taxa correspondia a 21%. Serra mantém 16% das menções. É importante ressaltar porém que expressivos 43% ainda não sabem dizer, sem o estímulo do cartão, o nome do candidato em quem pretendem votar na próxima eleição.

Em relação à rejeição dos eleitores, não há mudanças importantes. Serra é rejeitado por 28% dos eleitores (era 26% há 20 dias) e Dilma é reprovada por 20% (era 19%).

Quanto ao grau de certeza do voto, 72% se dizem totalmente decididos sobre a escolha que fizeram. No final de julho, essa taxa correspondia a 69%. Do total, 25% dizem que ainda podem mudar o voto para presidente. Entre os eleitores de Serra, 70% se dizem convictos sobre a opção pelo tucano contra 28% que ainda cogitam a possibilidade de trocá-lo por outro candidato ou candidata. Entre os que pretendem eleger Dilma, essas taxas correspondem a 80% e 18%, respectivamente.

Nesse segmento dos que ainda podem mudar o voto para presidente, Dilma e Serra aparecem empatados como a segunda opção dos eleitores (25% e 23%, respectivamente). Entre os que hoje votam em José Serra, mas que cogitam a possibilidade de trocar de candidato, 40% escolheriam Dilma e 17% optariam por Marina. Entre os que agora apóiam Dilma, mas que não estão totalmente certos da escolha, 44% poderiam trocá-la pelo tucano e 22% pela candidata do Partido Verde. Entre os eleitores de Marina que ainda podem mudar o voto, 38% a trocariam por Dilma e 34% por Serra.

A expectativa de vitória na petista também aumentou. No final de julho, 41% dos eleitores brasileiros apostavam na eleição de Dilma. Agora, esse percentual corresponde a 49%. Entre os eleitores de José Serra, 17% acreditam na vitória da ex-ministra e 59% apostam no tucano. Entre os eleitores da petista, 4% acham que Serra vai ganhar a eleição, enquanto 84% dizem que Dilma vencerá.

Sobre o primeiro debate dos presidenciáveis, realizado pela TV Bandeirantes, no dia 5 de agosto, 28% dos eleitores tomaram conhecimento. Dentre estes, 6% julgam-se bem informados sobre o evento. Entre os que souberam do programa, 50% o assistiram, sendo que 15% o fizeram completamente. Considerando-se a base do total da amostra, esse percentual corresponde a aproximadamente 3% dos eleitores brasileiros. Entre os que assistiram a pelo menos parte do programa, 33% dizem que Dilma venceu o confronto, contra 28% que apontam Serra, 11% que apontam Marina e 5% que citam Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).


Petista abre oito pontos de vantagem também no segundo turno
76% dos eleitores identificam Dilma como candidata de Lula

Na simulação de segundo turno entre Dilma Rousseff e José Serra, também há mudança positiva para a petista. Dilma cresceu três pontos percentuais nos últimos 20 dias, Serra caiu três e a ex-ministra abre agora oito pontos de vantagem sobre o tucano.

No levantamento feito no final de julho, os dois candidatos apareciam empatados na hipótese de segundo turno: Dilma tinha 46% das intenções de voto e Serra 45%. Agora, a petista tem 49% e o tucano 41%.

Sobre a taxa de conhecimento dos candidatos por parte dos eleitores, não há alteração significativa nos índices de Serra e Dilma – 97% afirmam conhecer Serra e 91% Dilma, sendo que 30% dizem conhecer muito bem o tucano e 14% a petista. Estas duas últimas taxas eram, no final de julho, 32% e 14%, respectivamente.

Mas, a maior exposição dos presidenciáveis parece ter relembrado a população sobre a candidatura de Marina Silva, que vinha perdendo recall desde maio. A taxa de entrevistados que dizem conhecer a candidata do partido verde subiu sete pontos percentuais e chega agora a 73%.

O mesmo parece acontecer com a identificação de Dilma Rousseff como candidata apoiada pelo presidente Lula. Depois desse grau de associação cair cinco pontos no levantamento anterior, a correlação entre o presidente e sua ex-ministra ficou mais nítida nos últimos 20 dias. Hoje, 76% dos eleitores brasileiros conseguem enxergar Dilma como a candidata de Lula.


São Paulo, 13 de agosto de 2010.

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