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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Globo 24/05/2010 Pág 3 -- Datafolha: PSDB discute dado regional

Presidente do partido diz que os índices não conferem com sondagens internas
Sérgio Roxo e Efrém Ribeiro

SÃO PAULO E TERESINA. O presidente nacional do PSDB e coordenador da campanha de José Serra, senador Sérgio Guerra (PE), acredita que os resultados regionais da pesquisa Datafolha divulgada ontem pelo jornal “Folha de S.Paulo” não podem ser considerados na avaliação do cenário eleitoral.

— Eles não conferem com os números que nós temos — disse o tucano, referindo-se às pesquisas encomendadas pelo próprio PSDB.

O Datafolha mostrou o crescimento da précandidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, em todas as regiões do país. E queda de Serra. O tucano só não caiu no Nordeste, onde segue com 33% das intenções de voto, mas está atrás de Dilma, que passou de 37% para 44%. Até no Sudeste, única região em que Serra continua liderando além dos limites da margem de erro, a vantagem diminuiu. O pré-candidato do PSDB tem 40% das intenções de voto, contra 33% da adversária. Em abril, a vantagem era de 45% para 26%.

No Norte e no Centro-Oeste, regiões agrupadas pela pesquisa, Dilma assumiu a liderança pela primeira vez e tem 40% das intenções, contra 34% de Serra. No Sul, há empate técnico: 38% para o tucano e 35% para a petista.

PSDB já traça plano para explorar o voto das mulheres Sérgio Guerra não contesta os números nacionais do Datafolha, que apontaram empate entre Serra e Dilma, na liderança, com 37%, mas avalia que a quantidade de pessoas entrevistadas prejudica o resultado regionalizado.

O presidente do PSDB, que atribui o crescimento de Dilma ao programa de TV do PT exibido no dia 13, não vê motivos para mudança na estratégia de Serra em razão de sua queda na pesquisa.

— O tom da campanha só será dado com o início do horário eleitoral — afirmou.

Porém, os tucanos já traçam planos para explorar o voto das mulheres. Apesar do crescimento de Dilma, ela perde para Serra por 38% a 33% entre o eleitorado feminino. Já entre os homens, a vantagem da petista é de 42% a 36%.

— Isso (simpatia do eleitorado feminino por Serra) será visto no âmbito da propaganda — disse Guerra.

Já o presidente do PT, José Eduardo Dutra (SE), descarta que haja uma rejeição feminina à pré-candidata do partido e atribui os números ao fato de Dilma ser desconhecida entre essa parcela do eleitorado.

— Quando se pergunta se o eleitor conhece a Dilma e se ela é candidata do presidente Lula, o percentual de homens que conhece é maior do que o percentual de mulheres. Quando você compara as intenções de voto entre homens e mulheres, quando ambos conhecem Dilma, os índices de intenção de votos são absolutamente iguais. Como o Serra é mais conhecido do que a Dilma nesse segmento, ele tem mais intenções de voto — afirmou Dutra, um dos coordenadores da campanha de Dilma.

O presidente do PT disse que a estratégia será tornar Dilma “mais conhecida”, o que, segundo ele, “ocorrerá naturalmente na campanha”.

Petista diz que Serra também se beneficiou do horário eleitoral Dutra também rebateu as acusações do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de que Dilma cresceu porque o PT teria violado a legislação ao fazer propaganda da pré-candidata no horário eleitoral do dia 13.

— No fim do ano passado, o programa do PSDB foi todo dividido com José Serra e Aécio Neves porque, na época, a escolha ainda não tinha afunilado para um candidato.

Na visão do petista, o DEM afrontou a lei eleitoral de forma mais explícita ao mostrar Serra em seu programa.

— O que é eleitoral ou não depende de interpretação, mas agora a lei fala que você não pode colocar pessoas de outros partidos nos programas, e o DEM colocou José Serra em seu programa e nas suas inserções na TV.

O presidente nacional do PT disse ainda temer a judicialização das eleições.

— Você não pode trocar a manifestação soberana do povo pelos votos dos juízes dos tribunais — declarou Dutra, em referência às quatro multas aplicadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e às duas multas aplicadas à pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propaganda antecipada.

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