Para Thierry Coville, do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris) de Paris, é ridículo que Brasil e Turquia sejam tratados como ingênuos. Segundo ele, ao rejeitarem o acordo assinado em Teerã, os EUA podem destruir o pouco de confiança restabelecida entre Irã e comunidade internacional.
Deborah Berlinck
O GLOBO: O texto de sanções anunciado por Washington estava pronto quando Brasil e Turquia negociavam com o Irã. Os emergentes não têm espaço no mundo multipolar como imaginavam? THIERRY COVILLE: É a primeira vez que países emergentes intervêm de forma tão explícita sobre um dossiê tão importante, tratado desde o início pelos países do Conselho de Segurança. Pode haver o sentimento de que somos nós (membros permanentes do conselho) que temos que decidir. Mas se considerarmos que o mais importante é o dossiê em si e que, finalmente, a base do acordo é a mesma da negociada em Genebra, mesmo que a resolução para sanções estivesse pronta, o mínimo que se deveria ter feito era esperar e ver o que poderia ser feito a partir deste acordo. A reação de Washington é surpreendente e arriscada.
Brasil e Turquia são ingênuos como dizem americanos e franceses? COVILLE: É ridículo tratar de ingênuos dois países que tentam restabelecer o diálogo com o Irã. O que querem exatamente os diplomatas ocidentais? Tenho a impressão de que alguns países não querem solucionar a crise.
Por quê? COVILLE: É preciso reconhecer que a iniciativa brasileira e turca foi a melhor maneira de solucionar a crise. Eles não reinventaram: retomaram as bases do que havia sido negociado no final de setembro.
O que há de ingênuo nisso?
Trata-se de uma resposta dura às pretensões brasileiras de ter um papel na diplomacia internacional, não? COVILLE: Podemos compreender a irritação de países do Conselho de Segurança.
Mas é preciso ser pragmático. Não se pode continuar repetindo sempre que é preciso que o Irã faça concessões. Ora, uma concessão foi feita agora pelo Irã, não aos ocidentais, mas ao Brasil e à Turquia. Se dizemos que o Irã quer enganar a todos quando faz concessões, não vamos resolver nunca essa crise.
Sanções passadas não funcionaram e avalia-se que a política de confrontação com o Irã só fez confirmar o poder da linhadura iraniana. O senhor concorda? COVILLE: Temos um exemplo claro: quando o Irã faz concessões, a resposta dos ocidentais é mais sanção. Se estamos esperando uma capitulação, vamos ter de esperar muito tempo! Eu me pergunto: o que querem os ocidentais?
Esse é um blog de Clipping de Miguel do Rosário, cujo blog oficial é o Óleo do Diabo.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
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