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terça-feira, 20 de julho de 2010

São Paulo - Fernando de Barros e Silva: "Serra Palin"

SÃO PAULO - O título não é meu, infelizmente. Vi pela primeira vez a conexão entre o vice de Serra, Indio da Costa, e Sarah Palin, a vice de John McCain na campanha americana de 2008, num blog chamado "Na Prática a Teoria É Outra" (www.napraticaateoriaeoutra. org), ou "NPTO", do cientista social Celso Rocha de Barros.
É, vale destacar, um blog excelente, com análises ao mesmo tempo muito finas e cheias de humor sobre "política e adjacências", de um autor que se diz "meio esquerdoso, social-democrata não tucano (nem anti-tucano), que acredita que o PT (e a rede de movimentos sociais que o compõem) ainda pode ser salvo de si mesmo".
Marcelo Coelho, que talvez goste dessa definição e mantém outro blog excelente, também aproximou Indio e Palin num post de anteontem. É uma boa coincidência.
A escolha do jovem conservador boa-pinta e desconhecido para vice de Serra parece ter sido obra do desespero, mas, diz Coelho, se há nela alguma inteligência, seria a de "vocalizar o inconsciente político de um PSDB civilizado demais para o gosto da direita local, que é selvagem o bastante para aplaudir este Indio de terno e gravata".
Senador republicano, McCain não dava conta de satisfazer a ala mais bronca do conservadorismo americano. Como um furacão vindo do Alasca, Estado que governou, a bela e desconhecida Sarah Palin logo se transformou em porta-voz da "direita sai de baixo". Acabou sendo protagonista da sucessão, assumindo para si um papel que o líder da chapa não sabia cumprir.
Indio é um político menor da direita litorânea. Surgiu em cena do nada, como um galã instantâneo da Ficha Limpa. Não bastou muito, porém, para que viesse mostrar o seu apito: "Todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior".
Ao PT, a polarização com o Palin tupiniquim é algo que interessa. E Serra caminha para a direita, em parte, é o que parece, à sua revelia.

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