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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Globo: 'Time' premia Lula com 'roteiro' de Michael Moore

Presidente é incluído na lista dos 25 líderes mais influentes do mundo; cineasta passa ao largo de escândalos

RIO, NOVA YORK e BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi incluído pela revista "Time" na lista das 100 personalidades mais influentes do mundo em 2010. A seleção da "Time" é dividida em quatro categorias: líderes, heróis, artistas e pensadores. Lula está entre os 25 líderes mais influentes, assim como o presidente americano, Barack Obama; o primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama; e o locutor da Fox News e comentarista político conservador Glenn Back.

O ex-presidente Bill Clinton está na lista dos heróis; Lady Gaga, na de artistas; e, entre os pensadores, há um brasileiro, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, ex-governador do Paraná.

No Brasil, sites divulgaram inicialmente que Lula tinha sido eleito o mais influente do mundo, mas a revista esclareceu em seguida que ele está entre os 25 líderes - não há um primeiro entre os 25.

Cineasta ainda cita Fome Zero

Não é a primeira vez que Lula é homenageado pela imprensa internacional. A própria "Time" já havia incluído seu nome em 2004. Este ano, a apresentação de Lula foi escrita pelo cineasta americano Michael Moore, que destaca o Fome Zero, hoje substituído na prática pelo Bolsa Família.

Michael Moore, plantonista da crítica ao capitalismo americano, afirmou: "Aqui há uma lição para os bilionários do mundo: Deixem as pessoas terem boa assistência à saúde, e elas não lhes causarão muitos problemas". Mas Moore, diretor de "Sicho - $O$Saúde", uma contundente crítica ao sistema de saúde dos EUA, não explica as razões que o levaram a sustentar a tese sobre Lula e o Brasil.

No texto de apresentação, Moore parece estar escrevendo o esboço de um mais um documentário polêmico, mas, do Brasil real, no qual apenas uma pequena parte da população é atendida pelos planos privados de saúde, enquanto os demais sofrem no falido sistema público de saúde, Moore nada fala. Nenhuma referência às filas madrugais nos ambulatórios e nem à escalada dos preços dos medicamentos.

Para chegar onde quer, o cineasta exalta a origem humilde de Lula, o fato de sua primeira mulher ter morrido num hospital público, e passa por cima dos escândalos políticos, como o mensalão do PT, por exemplo. Elogia Lula pelos "planos para melhorar a educação oferecida aos membros da classe trabalhadora do Brasil". Mas não diz que, segundo o próprio Ministério da Educação, ainda há 4,1 milhões de brasileiros, entre 4 e 17 anos de idade, fora da escola. Isso sem falar nos professores, que são mal remunerados, e no vagaroso processo de inclusão digital dos alunos.

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