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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Globo 06/02 - - Para ministro egípcio, tema virou obsessão

Embaixada americana buscou apoio de comunidade judaica


Mahmoud Nayer, ministro da Embaixada do Egito em Brasília, em 2009, disse a Sobel que a entrada do Brasil no circuito nada mais era do que uma forma do país ganhar corpo em sua ambição de obter um assento no Conselho de Segurança da ONU. "Isso é uma obsessão e, francamente, eu já nem sei mais como falar com eles sobre isso, porque esse assunto surge em todas as nossas conversas", afirmou Nayer.

A comunidade judaica brasileira, também procurada pelos diplomatas americanos em busca de reforço aos seus argumentos, pintou um quadro ainda mais radical: o rabino Henry Sobel acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, literalmente, de ser antissemita, assim como a liderança sênior do Itamaraty. "Os esforços do governo brasileiro até hoje refletiram um enfoque altamente favorável aos árabes. Lula não é amigo de Israel ou dos judeus", insistiu ele, acrescentando que por isso mesmo o Brasil não era um candidato essencial para um assento permanente na ONU. Segundo a embaixada americana, Abraham Goldstein, presidente da B"nai B"rith do Brasil, a maior entidade judaica de direitos humanos, endossou as opiniões de Sobel, e disse que vinha notando um crescimento do antissemitismo no Brasil.

Em vários dos telegramas, a embaixada americana solicita a Washington o envio à Brasília de especialistas em Oriente Médio, para convencer tanto o governo quanto os parlamentares e a imprensa de que a posição dos EUA é a mais viável. "Temos que engajar o Brasil, em níveis altos, se quisermos ter a esperança de que o país adote uma posição mais equilibrada, em vez de simplesmente acrescentar a sua voz ao já totalmente repleto coro anti-israelense", diz um dos documentos. Outro estabelece de forma ainda mais bruta: "Temos de aproveitar a oportunidade de tentar desviar o Brasil de seu costumeiro papel de franco atirador secundário, e tentar recrutá-lo para um papel mais útil ou pelo menos verdadeiramente neutro" (J.M.P).

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